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Criar oportunidades para jovens ?Nem-Nem-Nem?
(*) Alexandre Ambrogi Um estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FVG) traz um alerta a situação de uma boa parcela de jovens. Segundo o estudo, aumentou significativamente o número de jovens que nem trabalham, nem estudam e nem procuram emprego. O levantamento, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 1,5 milhão de brasileiros, entre 19 e 24 anos, estão no grupo denominado pelos especialistas de ?Nem-Nem-Nem?. O cenário traçado pela pesquisa mostra o quanto estamos relegando nossos jovens a um futuro incerto. O levantamento mostra ainda que, desses 1,5 milhão, 20% tinham menos de cinco anos de escolaridade. O impacto da baixa qualificação traz como resultado imediato limites às oportunidades de trabalho desses jovens e pode, cada vez mais, torná-los dependentes de programas governamentais. Os números da pesquisa mostram ainda a tendência de crescimento dessa população. No levantamento anterior, realizado em 2006, 8% dos jovens nessa faixa etária estavam no grupo ?Nem-Nem-Nem?; e hoje, já são 10% da população que fazem parte desse grupo. Para mudar com urgência essa realidade é preciso empenho de todos os segmentos. Precisamos oferecer oportunidades para que esses jovens possam desenvolver seus talentos. Uma das saídas está na Lei do Aprendiz (Lei 10.097/00), que é um instrumento facilitador para as empresas contratarem jovens trabalhadores por meio de regras específicas. A legislação estabelece que as companhias precisam contratar entre 5% e 15% de aprendizes com idade entre 14 e 24 anos; elas devem ainda seguir regras que permitam ao jovem trabalhar sem abandonar seus estudos. A Lei também deixa claro que o jovem aprendiz deve estar matriculado ou ter concluído o ensino fundamental ou médio e frequentar cursos de formação. Diante do crescimento do mercado de trabalho, com alguns ramos apresentando escassez de mão de obra, essa legislação pode ser uma excelente oportunidade para que as empresas busquem novos talentos e formem sua mão de obra com jovens com vontade de conquistar novos espaços. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP) conquistou resultados positivos com o Programa Aprendiz Cooperativo, que forma jovens para trabalhar nas cooperativas do sistema da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp). Anualmente, uma média de 500 aprendizes passam pelos nossos cursos na capital e em diversos municípios do interior paulista. Com o término do programa, uma boa parte dos jovens é efetivada na cooperativa. E o programa oferece mais do que uma oportunidade de trabalho e continuação dos estudos; ele reascende nos jovens o sonho de um futuro melhor e uma vida digna. (*) Alexandre Ambrogi é gerente de Formação Profissional do Sescoop/SP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo) ...


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